domingo, 26 de abril de 2015



Se o pai de Cebolinha é assim
 

Como Cebolinha pôde ficar assim?

É uma descaracterização. A mesma esculhambação fizeram com Luluzinha. Não sei quem imitou quem.
Conversando com Kenzo, amigo colecionador, que é mais velho, sobre a questão de líder da rua, em sua época tinha isso. Disse que não, que quando aparecia um, era menino-de-rua, componente dalguma gangue.
Então me saltou o óbvio ululante: A turma da Mônica tem muitas características de meninos-de-rua. Claro, cada um já apareceu com estória dentro de casa, mas no quase total estão na rua, sempre sozinhos, como meninos-de-rua. Mônica é duma agressividade típica de menino-de-rua.
Quem é a professora da Mônica?
Nunca estão na escola, não passeiam com os pais e se metem nas mais estapafúrdias e perigosas aventuras sozinhos.
Chico Bento sempre vai à escola, mas... E a turma da Mônica?
Sei-lá... Não gosto de luxo. Prefiro os filmes e os gibis não coloridos. Tudo o que se sofistica demais se dilui, perde encanto. Mil vezes melhor a turma da Mônica dos primeiros tempos, com desenhos mais toscos. Idem o Míquei. Até Condorito, o condorzinho chileno, que nos anos 1940 era um charme, bem tipo malandro carioca, tá mais pra zé-carioca. Com o bico encurtado ficou parecendo mais tartaruga que condor. Tá mais parecido com a tartaruga Tuchê.
Encurtaram o bico de pato Donaldo também. Só Pateta escapou de ficar com o focinho curto.
Mas a vida é assim: Tudo o que se industrializa perde qualidade. A pitsa vai virando um creme salgado, todas com o mesmo gosto, o pão integral de integral só tem o nome, a cerveja aguada, o panetão que diferente do pão só tem o formato, o café que é quase carvão... E os gibis, seguindo o caminho dos filmes e das telenovelas, cada vez mais insípidos.
O politicamente correto não deixa margem pra criatividade. Já-já só se poderá publicar livro de oração, catecismo e hagiografia. É o eterno-retorno.

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