quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Crônicas paulistescas
Da autobiografia não autorizada de Che Guavira
À coleção Adeene neles!
 
2 comentários:
São Paulo tem cartão integrando ônibus, metrô e trem já há um bom tempo. O fato é que ainda persistem, como em toda parte do mundo, outros modos de pagamento.
É verdade
Aliás, ao que sei, foi São Paulo que lançou primeiro esse sistema no Brasil.
Não sei se copiado dalgum país.
Neste país se copia tudo de fora: Música, roupa, tênis esportivo, pircem, tipo de restaurante, corte de cabelo, comportamento pessoal, etc.
Pois é, Anônimo. Pena que não copiamos o miss nude nem o Show your tits. Só copiamos porcaria.
Em Santiago não vi taxista com maquininha de cartão. Aqui todos os que peguei têm. Em Sampa só um que peguei não tinha.
Aproveitar a viagem pra conhecer um correspondente é um lance legal. Claro que tem vez que se descobre que em vez da pessoa real se estava conversando com personagem. Mas é um fato da vida.
Messias, dono do maior sebo, simpatia zero. Mais um vendedor de parafuso.
Um rápido passeio no bairro japonês da Liberdade. Numa frutaria aqueles nabos brancos gigantes cujo nome é daicón (daicão, por favor!), algo parecendo um pimentão gigante, um pepino todo enrugado e com sementes vermelhas, uma cidra amarela gigantesca. Mas não dizem que japonês é tudo miniatura? Ou esses são japoneses de Itu?
A estação da Luz, onde saem os trens a Jundiaí e ao alto da serra do Mar, Rio Grande e serra de Paranapiacaba (Se fosse Paranapiaçava seria onde fica Vassouras, hehehe).
O trem a Campinas já-era. Fizeram a mesma burrice daqui: A estação virou museu!
Joanco disse que levei chuva a Sampa.
Mas na volta trouxe frio.
Toda a região é caracterizada por ladeira, pois fica perto da serra do Mar. Quando estive em Guarulhos, em 1989, na casa do irmão de meu cunhado, sobre o fato meu cunhado disse a sua cunhada Ana: A cidade é toda acidentada. Ana respondeu: Mas também, o pessoal anda feito louco!
Voltando a falar sobre o Mercadão, como é ruim a peixaria do Mercadão daqui. Mesmo as poucas peixarias da cidade são uma lástima. Aqui, perto do Pantanal, deveria ser a terra do peixe. Mas o povo não tem hábito de comer peixe porque só hipermercado tem, mesmo assim sofrivelmente. E os comerciantes não oferecem porque o povo não tem hábito de comer. Um eterno ciclo vicioso. Poderiam usar o trem do Pantanal pra fazer um corredor de pescado, trazendo a produção corumbaense.
O Mercadão não deveria ter só espaço àqueles descendentes indígenas que ficam ali ao léu, sem capacitação e assistência. Deveria ser um espaço pra todos os quintais disponibilizarem os frutos excedentes. O que temos é mera curiosidade superficial ao turista, de modo muito amador.
Deveria ter um balcão pra informação turística dentro do Mercadão.
Mas aqui é uma terra provinciana de corpo e alma, com mentalidade parada no começo do século 19, com política coronelista e tudo. Tudo é caro porque ninguém pode produzir. Não pode plantar, não pode criar galinha, não pode vender. Tem mais proibição que campo de nudismo. Uma terra sonolenta, um eterno velho-oeste sem bangue-bangue (Sem?). Uma cidade-dormitório, onde os jovens têm de fazer festas ilegais na rua porque não existe opção de lazer.
A municipalidade é dominada por turcos, os famigerados brimos. Com tantos paraguaios e japoneses, por que tão poucos políticos dessas etnias?
Essa bancada golpista, cassadora de prefeito, é que deveria ser cassada, pois junto com os pecuaristas feudais, representa o atraso e provincianismo do município.
Um morador foi visitado por esses agentes estalinistas por ter uma chocadeira elétrica, donde levava os pintos até sua chácara. Fica aquela forte suspeita de que são os granjeiros e pecuaristas os instigadores da lei complementar 36, de 22.12.2000, pra não termos opção além dos frangos saturados de hormônio e carne com corante e conservante.
Soube do caso dum garoto de 12 anos, que sofreu cirurgia porque desenvolveu seios femininos por causa dos hormônios granjeiros.
Senhores fiscais e legisladores: Faço voto de que vossos filhos idem.
Se o Brasil é um país sonolento, onde tudo cuuuuuusta mudar, deitado eternamente em berço esplêndido, Mato Grosso do Sul é sonolento ao quadrado e Campo Grande ao cubo! Um estado eternamente dominado por uma máfia pecuarista de estilo feudal que atravanca o progresso.
Se Mato Grosso do Sul fosse um país independente seria pior que o Paraguai, mas sem música nem folclore. Uma terra cosmopolita ao avesso: Tem de paulistano que é só cimento e asfalto, e já cheia de engarrafamento e inundação; de paraguaio o provincialismo; de nordestino o coronelismo; de ianque a ausência de cultura popular e coisas típicas.
A política municipal é tipo estado comunista europeu oriental. O cidadão não tem defesa contra o poder público e tudo funciona na base da denúncia. Se um vizinho detesta o outro é só ficar o denunciado aos órgãos de fiscalização sanitária. Os fiscais estão o tempo todo incomodando, mandam em teu quintal. Só faltam mandar dentro da casa também. Enquanto isso calçadas e terrenos abandonados viram matagal anos a fio.
Isso não é estado de direito. Cadê o ministério público? É preciso investigar a relação entre o poder público com os grande produtores e supermercados.
Aliás, quem fizer turismo aqui, só muito desinformado. Me lembro de, cerca de 1997, um colega contou sobre uma adolescente tailandesa que estava em Cuiabá e veio parar aqui. Que estava deprimida com a modorra da cidade e se desesperava pra ir logo embora. Eu disse:
— Pobre coitada! Vir a Campo Grande, decerto está cumprindo pena. Será que matou a mãe noutra encarnação?
O trânsito está um caos. Tira rotatória, põe semáforo, rotatória de novo. Parece que o engenheiro de tráfego (digo engenheiro mas não deve ter faculdade) é o filhinho do prefeito, de 7 anos, brincando com maquete. Agora a moda é rua que é contramão só uma quadra, desembocando em grande avenida. Em muitos pontos da cidade só se consegue sair do bairro dando muitas voltas. É uma cidade direitista, porque nas avenidas se anda quilômetros até se conseguir virar à direita, como se fosse rodovia.
Caros leitores, em tua cidade a coisa está truculenta assim? Quero me mudar aonde se possa viver em paz. Nem que seja a outro país.
Eis meus argumentos pruma ação, se estivéssemos em estado de direito:

Com relação à lei complementar 36, de 22.12.2000, da prefeitura municipal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ordenando que as galinhas sejam erradicadas dos quintais e que dos quintais sejam recolhidos gravetos, folhas e frutos, a consideramos mais que inconstitucional (que não consta na constituição), anti-constitucional, pois viola a constituição.
● Essa política de terra-arrasada desertifica o solo, não permitindo que o húmus se forme em torno das plantas frutíferas, que se beneficia da umidade ali armazenada. Percebemos que neste último ano após a ação equivocada dos fiscais as plantas vêm perdendo exuberância, a frutificação diminuindo e se esparsando, não se podendo compensar no referente à umidade por causa do custo da água encanada.
● Pra cão já tem vacina, com 92 a 95 % de eficiência. A prefeitura alega não ser aprovada pelo ministério da saúde mas a vacina em animais tem de ser aprovada pelo ministério de produtos veterinários e é uma desculpa esfarrapada pra não vacinarem os cães.
Teria de vacinar só uma vez ao ano após as três doses iniciais.
● A lei discrimina os criadores de galinha. Mais coerente seria que obrigassem a erradicar os cães, já que as galinhas são fonte de subsistência, alimento, o mesmo não acontecendo aos cães, que são, pura e simplesmente, animais de estimação, muitas vezes de luxo, não servindo de alimento.
● A lei não prevê como evitar os pássaros, que aparecem a todo momento nos quintais, nem os gatos vadios.
● As galinhas são úteis pra combater escorpiões, aranhas e todo tipo de animal daninho. Todo fim de ano, com a chegada das chuvas, vemos reportagens mostrando casos no Brasil todo de pessoas apavoradas com praga de escorpião, sem falar na tão temida aranha marrom, epidêmica em Curitiba e que já encontrei aqui em casa. A erradicação das galinhas deixará muitas famílias humildes à mercê dessas pragas.
● A criação de galináceos é fonte de alimento opcional frente à carestia das fontes de proteína animal disponíveis no mercado, além de solução aos que querem ou precisam evitar o excesso de hormônio das criações industriais.
Sendo assim solicitamos decretar a anti-constitucionalidade e revogação dessa lei discriminatória, simplista, equivocada e truculenta.
● Sobre o cantor que deu um fora no tuíter, já soltando os cachorros, e era caso de homônimo (Me faz lembrar o discurso sobre a Amazônia, que até hoje os hispânicos atribuem ao cantor Chico Buarque, mesmo depois que esclareci que era o ministro Cristovam Buarque), é bom o pessoal ver o que a maconha faz ao cérebro...
● Saiu mais um toplezaço. A notícia disse que um senhor de cabelo branco já se empolgava mas retrocedeu quando um grupo começou a bradar pró perversões sexuais.
Uma passeata reivindicativa não pode admitir infiltração de oportunista. É uma ilusão, um erro, ficar aberto a tudo e a todos, achando que com isso exerce proselitismo e angaria mais simpatizante. A passeata tem de ser objetiva e focada num item, senão se dilui e se desmoraliza.
Na passeata de repente mostrar os seios? Mas a campanha não era pra se encarar o busto com naturalidade? Assim parece mais campanha pró-exibicionismo, o que seria exatamente o oposto.
Começou equivocado e persiste no limbo.
É por essas e outras que o toplezaço está cada vez mais desmoralizado.


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