domingo, 6 de abril de 2014


À coleção Adeene neles!
Roland Font, que por ironia é o blogueiro da página realismo fantástico, não sabe que é irmão gêmeo de general Cavallo, tirado de O livro do mistério, de Jacques Bergier e Georges H Gallet

Crônicas de Santiago
Da autobiografia não-autorizada de Che Guavira
Só liberada por causa da lei de liberdade de informação
Segunda viagem
2
O apartamento de dona Adriana é um dos do condomínio da rua Curicó cujas sacadas sobressaem na calçada, que por sorte é larga. É que a rua foi alargada, então os apartamentos com vista a essa rua ficaram cara a cara com a calçada duma rua não tão movimentada mas central, resultando nessas sacadas gradeadas como enormes caixas salientes que dão ar bem pitoresco. Fiquei imaginando, como se urbanista, uma forma de aproveitar as sacadas. Não dá pra pôr planta porque depredam. Se tirar diminui a segurança. Penso que a solução seria emendar todos na vertical, num só gradeado, ou pôr tela grossa, com concertina (Concertina deveria ter a ver com concerto. Bom...), pra impedir escalada (como pus em meu muro), como na sacada do fundo, que dá à área interna do condomínio.
Poderia pôr propaganda, pra dar um extra ao morador, se bem que enfeia muito.
A desvantagem é mais pro térreo, mas nem se compara à enorme vantagem de não mais ter de subir escada.
Toda noite eu dormia cuma gata de olhos verdes. Toda não, porque a gata ia e vinha. Amanhecendo abria a porta corrediça da sacada do fundo, pràs gatas verem o movimento do pátio. Senão, tinha uma que ficava estressada e fazia caca embaixo da cama como represália.
No aeroporto de Guarulhos tinha um estande no meio do pátio, donde o pessoal abordava os transeuntes, perguntando se mora no Brasil. Nesse caso é uma promoção na qual basta mostrar que o cartão de crédito está no prazo de validade e ganhará uma maleta. Muito blablablá, muita firula, mandam escolher duas revistas pra receber gratuitamente e então avisam será cobrado apenas o frete. Então não é presente, é venda disfarçada. Se não pode espã no computador, por que pode assim ao vivo e de corpo presente? A administração portuária não deveria permitir esse tipo de picaretagem.
Achei que comprando a passagem no balcão da Tã encontraria enorme flexibilidade, poderia montar a meu gosto o trajeto. Mas é bem ao contrário. A atendente não soube explicar por que na internete a passagem é muito mais barata que ali.
Outra coisa estranha é que até Guarulhos levei líquido na bagagem de mão. Só na escala ao exterior é que soube que em viagem internacional não pode líquido em bagagem de mão. Na ida também quase tive de soltar lastro. Hehehe.
Um regionalismo do linguajar chileno é dizer ya () em vez de (sim). Nunca vi isso no Paraguai.
Numa barraca de sebo de São Diego chegou uma garota pedindo o livro Mi planta de naranja-lima (Meu pé de laranja-lima), de José Mauro de Vasconcelos. Eu disse ao livreiro que é um livro brasileiro e respondeu que é um dos adotados pelas escolas.
Se não acreditas, tem até pra baixar:
Não sei por que esses pedagogos gostam tanto de adotar na escola esses romances melodramáticos ultra-tristonhos, que a criança nem entende o enredo.
Outra curiosidade. Em 2011 enviei a canção Vila Esperança, de Adonirã Barbosa, com letra em português e traduzida a amigos chilenos. Encantou tanto que o retrato do compositor passou a fazer parte da decoração da página Un poco de todo, como la vida misma. Podeis conferir:
Me lembro dessa novela, que vi quando criança. Nunca esqueci a cena do carro da personagem, interpretada pelo inesquecível Cláudio Correa e Castro (Naquela época tinha atores de verdade. Não tinha canastrão cotado pra receber prêmio de melhor ator), morrer porque o carro pifou encima do trilho e não conseguiu dar partida quando o trem ia passando.
Santo Antônio é o maior porto. Homômimo de Campo Grande, pois aqui nasceu como Santo Antônio de Campo Grande. Felizmente caiu a primeira parte. Eta costume besta dar a tudo esses horrorosos nomes de santo.
O passeio em barco foi muito divertido porque o guia de tudo fazia piada. Claro que não podia faltar piada de peruano, boliviano e argentino. No mais, barraca de lembrancinha e restaurante de fruto-do-mar.


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