domingo, 21 de abril de 2013

Saltando da hipérbole
Em dezembro de 2012 meu amigo Glauder apresentou a conexão http://www2.uol.com.br/JC/_1999/2006/br2006b.htm, onde se renova a teoria da viagem interestelar através de dobras espaciais, o que possibilitaria viagem a velocidade superior à da luz. Meu raciocínio foi o seguinte:
No domínio da anti-matéria, onde a velocidade é superior à da luz, o tempo corre a trás e o impossível é velocidade menor que a da luz. Os limites dos domínios material e anti-material são as assíntotas da função y=1/x, que são hipérboles. É possível se transferir ao outro domínio cum salto mas não continuamente.
Então o que esse surfe na dobra pode fazer é proporcionar esse salto. Mas a qual preço?
Viajar no espaço gasta tempo, viajar no tempo gasta espaço. Dalguma forma se movendo no espaço se moverá também no tempo. Um corpo só pode ser mover e ficar na posição seguinte instantes depois. É impossível estar em duas posições no mesmo instante. Pra se deslocar no tempo também se acaba deslocando no espaço.
Creio que pode ser o mesmo que viajar no tempo, que a rigor é impossível.
A viagem no tempo só é possível se entrando num universo paralelo, que é uma mínima variação deste. Por exemplo: Se eu for encontrar dom Pedro I posso chegar num domingo que saiu a cavalo, quando neste universo não saiu a cavalo naquele dia.
Mas a volta é impossível. Meu aqui-agora já passou, se extinguiu. Posso voltar a um universo que é uma mínima variação deste.
Assim quem aguardar meu regresso se frustrará porque não me verá voltar. Apenas um sósia no universo paralelo, cujo presente é uma mínima variação do presente daqui, é que me verá de volta.
Pode acontecer exatamente isso nessa viagem estelar na dobra.
A nave com destino a Aldebarã chegará a uma aldebarã opcional e voltará a uma terra opcional
De modo que a viagem só será proveitosa aos viajantes. Quem fica não os verá voltar.
É preciso tomar cuidado pra não cair em sofisma, como o exemplo no interessantíssimo livro de Roberto Casati, A descoberta da sombra, página 69-70, onde se prova que a velocidade da sombra é maior que a da luz:
As sombras parecem estáticas mas sabemos que a luz que a define se move. Existe um brinquedo pra gato, que projeta a sombra dum camundongo no vidro duma lanterna. Se apontarmos o feixe de luz a uma estrela criamos um buraco na luz. Tirando o camundongo a sombra acaba e começa a ser seguida pela luz que a delimita. E o feixe de luz continua viajando no espaço, levando a sombra, que, portanto, se move na direção da estrela, na velocidade da luz.
Paradoxalmente uma sombra pode viajar até mais depressa que a luz! Podemos girar a lanterna com o camundongo, a apontando primeiro a uma estrela e depois a fazendo se mover em direção a outra estrela. Tomemos duas estrelas que estão cerca da mesma distância da Terra, como Acruz do Cruzeiro do Sul e Belatriz de Órion, ambas a 360 anos-luz de nós. Apontemos a lanterna a Acrux e em seguida façamos o feixe deslizar lentamente a Belatriz. Daqui a 360 anos a sombra do camundongo, nessa altura gigantesco e rapidíssimo, alcançará Acruz e poucos segundos mais tarde estará em Belatriz, depois de percorrer um quarto da abóbada celeste a velocidade bem superior à da luz. As sombras fazem coisas fisicamente impossíveis?

Nenhum comentário:

Postar um comentário