Che Guavira - sítio literário

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

● A prefeitura não fiscaliza nem capacita os descendentes indígenas que vendem no mercado municipal de Campo Grande? Como dizia Monteiro Lobato: Levantar essa bunda gorda da cadeira e agir. Na semana passada comprei guavira e estava tudo verde! Tudo muito caro e atendimento nada simpático. E não é de hoje. Já aconteceu antes com guavira, caju, pequi. Quem não conhece experimenta e não gosta, pensa que é assim e não compra mais. Vender fruta verde por madura também é fraude contra o consumidor.

● O frete do correio está o olho da cara. Na estante virtual tem livro mais barato que o frete. Não adianta ter tarifa menor pra impresso com frete fim-do-mundo. Tá muito caro manter nossa família real deputística.

● Que decadência internética! Toda vez que mexem numa página ou programa é só pra piorar. O Tradukka começou bom, foram melhorar e ficou uma droga. O MSN toda vez que mexem pra melhorar uma coisinha pioram outra. O dicionário do word está pobre, não editável. Sem falar naquelas auto-correções que não sei que burro inventou pra secretárias burras. Se eu escrever um conto onde existe uma cidade de Uqe ou uma fórmula matemática euq, automaticamente corrige a que. Agora o Rapid, que até estava passável, ficou com interface de subida muito atrapalhada e com conexões que falham. Parece que os programadores chegaram bêbados duma festa e resolveram mexer na página. E ainda querem cobrar!

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Guavira (Campomanesia pubescens), arbusto da família das mirtáceas, típico do cerrado de Mato Grosso do Sul. Não confundir com a guabiroba, que é uma árvore. O município de Bonito oficializou a última semana de novembro como o festival da guavira. Da saudosa violeira Helena MeirellesFlor de guavira é a música-título dum de seus cedês.

O comentário de minha amiga Brita Roosen-Runge, de Gramado, RS, ao receber um pacote de guavira:

Hummmm... É muito boa... Pensei que teria o sabor parecido com a guabiroba mas, que nada! Bem melhor!

Vou semear e deixar na estufinha. Ali estarão protegidas e controlarei melhor.

Aqui chovendo, para variar um pouco! e frio.

Como a casca da fruta tem um sucedâneo da cachaça, se diz que comendo muita fruta se embriaga, como os elefantes comendo amarula. Há até uma expressão proverbial, filho da guavira, gravidez da guavira, da conseqüência de se convidar a namorada a catar guavira. Mas com ou sem embriaguês, o caso é que quem nunca provou a guavira não viveu. Nada mais lógico que unir os dois sabores porque chupar guavira é, como diz o samba em relação ao café, gostoso como um beijo de amor.

Sabor de guavira

Criança jogando bolita, soltando pandorga Guavira florida, toda catita, vestida de noiva e um gelado tereré, tudo se entorna numa doce frutinha bonita.

De indescritível, inefável aroma

Inebria quem muito a coma

Esperado em novembro meado

Cresce no campo sem ser semeado

Vamos ao campo catar guavira

enquanto ainda há guaviral

Logo só cimento e matagal

pois é caju quem não se vira

Pois nesse arbusto pequeno contido

numa sinestesia um só comprimido

a resultante de todo sentido

Vamos, sintas comigo:

Esperado como noite de Carnaval

singelo como sorriso de criança

bonito como peito de mulher

e gostoso como um beijo de amor

Che Guavira une o rompante de idealismo ingênuo de Che Güevara ao doce e inefável sabor exótico da guavira: Lutar sem perder a ternura.

Che, em guarani, é tanto o pronomemeu (Che memby,meu filho, no Paraguai pronunciado xe, não tche) como a forma de tratamento seu (seu Artur, dom Artur).

O pseudônimo nasceu assinando uma série de panfletos satíricos muito populares, fustigando os poderosos, Judicéia desvairada. Che Guavira, O che-güevara da letra, cuja arma é a caneta ou o teclado e cujo inimigo a ser derrubado não é o governo nem o sistema mas os preconceitos. Consta que Einstein lastimou ser mais fácil partir um átomo que quebrar um preconceito.