domingo, 1 de julho de 2012

● Não é só baboseira que passa nas tevês educativas. Na TV cultura passou, quinta-feira Elementos, um desenho muito interessante. Recentemente passou o desenho O jardim secreto, do romance de Frances Hodgson Burnett, também muito bom. Na TV Brasil (antiga TVE) está passando Vila Sésamo. Nada mau rever o monstro Come-come, comedor de biscoito.
Sempre me irrita esse cacoete, de quando o programa é destinado ao público infantil, a personagem ter aquele trejeito abobalhado, falar afetado, que já virou estereótipo. É como clichê de linguagem: Quando fica repetitivo soa falso e é mote dos medíocres. Mas é a tal coisa: Uma tevê funciona o dia todo e é humanamente impossível transmitir qualidade o tempo todo. Mesmo uma pessoa não pode agir inteligentemente o tempo todo. Não podemos ser exigentes demais.
É como aquelas babás ou parentes bobocas que falam ao bebê de modo afetado, com boca mole, pronunciando errado, o que mais tarde faz com que se tenha de pagar fonoaudiólogo pra corrigir vícios de pronúncia.
● A Record News e a Record Internacional transmitiram parte dos festejos juninos de São Luís, Maranhão. Já fiquei de queixo caído com a riqueza cultural pernambucana e amazonense, vi um São Luís que sabia que tinha mas não imaginei que fosse tanto. O bumba-meu-boi maranhense é a fonte original do boi-bumbá amazonense. Mas isso é só a ponta do aisbergue. Ali se cultiva a variação mas se conservando o original. E não existe competição, que é como deveria ser o Carnaval e o boi-bumbá, pois leva rapaidamente à descaracterização, ao agigantamento. Brincar é o reino da inteligência, enquanto o mundo da competição é o reino da estupidez.
Já o boi-bumbá parintinense, agigantado e descaracterizado, se converteu num espetáculo insosso, tipo bróduei, monotônico e muito chato. Não tem mais as letras maravilhosamente poéticas. Só exortação Ê!, meu boi, meu boi. Só fica nisso. Nem sombra do que era até 1996. Quem quiser conferir é só conseguir uma fita do Amazonsat da época e comparar com o que vem sendo exibido pela Band.
● Luciano do Valle afirmou, na transmissão da final da Eurocopa 2012, que a Band esteve presente em todos os jogos da Euro 2012. Mentira. Nos domingos não transmitiu, ficando com os jogos nacionais. Código de defesa do telespectador nele!
● Dia destes passou uma reportagem sobre o mercadão do México, com insetos comestíveis e tudo quanto é comida da mais exótica, até ovo de mosca. Como não tenho preconceito alimentar fico de água na boca. Aqueles escorpiões fritos, espetinho de grilo, na China, idem. Vejo as comidas turcas, os quitutes da festa de são Genaro, em São Paulo, mercadão de São Paulo, mercado do peixe no Japão, e tantos outros lugares aonde se pode ir e ficar as férias inteiras, cada dia experimentando uma coisa. Então comparo com nossa pobre Campo Grande, onde só tem o Mercadão como lugar com variedade e com serviço constante. Mas num barraca de pastel, onde tem uma chipa grega, não se consegue achar chipa grega, em horário nenhum. A explicação foi de que se tem medo de sobrar. Ao atendente perguntei se não sabe trabalhar com estatística. Numa padaria das principais da cidade o mesmo problema. Variedade só em biscoito. Nem bombom caseiro tem, só o industrial, aqueles horríveis sonhos-de-valsa, com mais amendoim que chocolate. De bom mesmo só o pão integral e a torta chifão. Não se acha algo diferente, não tem variedade. Quando surge algo que se gosta, se procura e não se acha. Vai procurar dia tal, não tem. No dia seguinte também não tem. Até que se desiste. E tem a síndrome da pitsa vespertina. Se meteu na cabeça que pitsa é comida noturna. O mais cedo 15h. Se alguém quiser comer pitsa no desjejum, esqueça.
É incrível o tanto de sorveteria, lanchonete, etc, com vida efêmera na cidade.
Por exemplo, a famosa feira central, a maior da cidade, foi mudada à antiga estação ferroviária. Parte dela, então. Porque de feira mesmo quase nada está ali. Também tudo muito igual. Um monte de barracas de pastel e sobá, tudo igual. Se passeia a feira inteira procurando algo mais ou menos diferente, pra experimentar, e não se acha.
Terra da pecuária, onde a carne deveria ser barata. Deveria ser a terra do peixe, mas as peixarias são pouquíssimas e só há pescado em hipermercado. Deveria ter carne de capivara em todo açougue e supermercado, pois como todo roedor que se preza, a capivara é muito prolífica, chegando a virar praga nas fazendas. É um coelho gigante. Mas impera aqui um preservacionismo ecoboboca religioso-fundamentalista aliado aos interesses dos pecuaristas.
● A imprensa anunciou a Pantanal Pão, congresso da indústria de panificação, 28 e 29 de junho. Novidades na área, etc, etc. Mais uma vez uma dificuldade encontrar, na internete, informação sobre o horário de funcionamento. E nada sobre se é voltada somente ao produtor ou ao público também. O que vi foram uns gatos pingados de barracas, quase tudo só anunciando embalagem. Nada sendo vendido. No curso de cozinha industrial umas tortas muito bonitas mas que logo a seguir de comidas deixam aquele desagradável e indigesto sabor de fortes corantes. É quase uma comida cenográfica. Argh!
● O Gugol fica insistindo em que eu ponha um número de celular pra associar ao loguim da conta. Como tem projetista internético burro! Igual uma livraria portuguesa, que exige um número de celular no cadastro. Não tenho celular. Meu celular morreu porque não tenho a quem ligar nem de quem receber ligação. Cansei de comprar crédito e expirar. Parei de comprar e a conta se extinguiu.

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