● Não é só
baboseira que passa nas tevês educativas. Na TV cultura passou, quinta-feira Elementos, um desenho muito
interessante. Recentemente passou o desenho O jardim secreto, do romance de Frances
Hodgson Burnett, também muito bom. Na TV Brasil (antiga TVE) está passando Vila
Sésamo. Nada mau rever o monstro Come-come, comedor de biscoito.
Sempre me
irrita esse cacoete, de quando o programa é destinado ao público infantil, a
personagem ter aquele trejeito abobalhado, falar afetado, que já virou
estereótipo. É como clichê de linguagem: Quando fica repetitivo soa falso e é
mote dos medíocres. Mas é a tal coisa: Uma tevê funciona o dia todo e é
humanamente impossível transmitir qualidade o tempo todo. Mesmo uma pessoa não
pode agir inteligentemente o tempo todo. Não podemos ser exigentes demais.
É como
aquelas babás ou parentes bobocas que falam ao bebê de modo afetado, com boca
mole, pronunciando errado, o que mais tarde faz com que se tenha de pagar
fonoaudiólogo pra corrigir vícios de pronúncia.
● A Record
News e a Record Internacional transmitiram parte dos festejos juninos de São
Luís, Maranhão. Já fiquei de queixo caído com a riqueza cultural pernambucana e
amazonense, vi um São Luís que sabia que tinha mas não imaginei que fosse
tanto. O bumba-meu-boi maranhense é a fonte original do boi-bumbá amazonense.
Mas isso é só a ponta do aisbergue. Ali se cultiva a variação mas se
conservando o original. E não existe competição, que é como deveria ser o
Carnaval e o boi-bumbá, pois leva rapaidamente à descaracterização, ao
agigantamento. Brincar é o reino da inteligência, enquanto o mundo da
competição é o reino da estupidez.
Já o
boi-bumbá parintinense, agigantado e descaracterizado, se converteu num
espetáculo insosso, tipo bróduei, monotônico e muito chato. Não tem mais as
letras maravilhosamente poéticas. Só exortação Ê!, meu boi, meu boi. Só fica
nisso. Nem sombra do que era até 1996. Quem quiser conferir é só conseguir uma
fita do Amazonsat da época e comparar com o que vem sendo exibido pela Band.
● Luciano do
Valle afirmou, na transmissão da final da Eurocopa 2012, que a Band esteve
presente em todos os jogos da Euro 2012. Mentira. Nos domingos não transmitiu,
ficando com os jogos nacionais. Código de defesa do telespectador nele!
● Dia destes
passou uma reportagem sobre o mercadão do México, com insetos comestíveis e
tudo quanto é comida da mais exótica, até ovo de mosca. Como não tenho
preconceito alimentar fico de água na boca. Aqueles escorpiões fritos,
espetinho de grilo, na China, idem. Vejo as comidas turcas, os quitutes da
festa de são Genaro, em São
Paulo , mercadão de São Paulo, mercado do peixe no Japão, e
tantos outros lugares aonde se pode ir e ficar as férias inteiras, cada dia
experimentando uma coisa. Então comparo com nossa pobre Campo Grande, onde só
tem o Mercadão como lugar com variedade e com serviço constante. Mas num barraca
de pastel, onde tem uma chipa grega, não se consegue achar chipa grega, em
horário nenhum. A explicação foi de que se tem medo de sobrar. Ao atendente
perguntei se não sabe trabalhar com estatística. Numa padaria das principais da
cidade o mesmo problema. Variedade só em biscoito. Nem bombom
caseiro tem, só o industrial, aqueles horríveis sonhos-de-valsa, com mais
amendoim que chocolate. De bom mesmo só o pão integral e a torta chifão. Não se
acha algo diferente, não tem variedade. Quando surge algo que se gosta, se
procura e não se acha. Vai procurar dia tal, não tem. No dia seguinte também
não tem. Até que se desiste. E tem a síndrome da pitsa vespertina. Se meteu na
cabeça que pitsa é comida noturna. O mais cedo 15h. Se alguém quiser comer
pitsa no desjejum, esqueça.
É incrível o
tanto de sorveteria, lanchonete, etc, com vida efêmera na cidade.
Por exemplo,
a famosa feira central, a maior da cidade, foi mudada à antiga estação
ferroviária. Parte dela, então. Porque de feira mesmo quase nada está ali.
Também tudo muito igual. Um monte de barracas de pastel e sobá, tudo igual. Se
passeia a feira inteira procurando algo mais ou menos diferente, pra
experimentar, e não se acha.
Terra da
pecuária, onde a carne deveria ser barata. Deveria ser a terra do peixe, mas as
peixarias são pouquíssimas e só há pescado em hipermercado. Deveria
ter carne de capivara em todo açougue e supermercado, pois como todo roedor que
se preza, a capivara é muito prolífica, chegando a virar praga nas fazendas. É
um coelho gigante. Mas impera aqui um preservacionismo ecoboboca
religioso-fundamentalista aliado aos interesses dos pecuaristas.
● A imprensa
anunciou a Pantanal Pão, congresso da
indústria de panificação, 28 e 29 de junho. Novidades na área, etc, etc. Mais
uma vez uma dificuldade encontrar, na internete, informação sobre o horário de
funcionamento. E nada sobre se é voltada somente ao produtor ou ao público
também. O que vi foram uns gatos pingados de barracas, quase tudo só anunciando
embalagem. Nada sendo vendido. No curso de cozinha industrial umas tortas muito
bonitas mas que logo a seguir de comidas deixam aquele desagradável e indigesto
sabor de fortes corantes. É quase uma comida cenográfica. Argh!
● O Gugol
fica insistindo em que eu ponha um número de celular pra associar ao loguim da
conta. Como tem projetista internético burro! Igual uma livraria portuguesa,
que exige um número de celular no cadastro. Não tenho celular. Meu celular
morreu porque não tenho a quem ligar nem de quem receber ligação. Cansei de
comprar crédito e expirar. Parei de comprar e a conta se extinguiu.
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