Um comentário lembrou que os animais não sabem ler. Na rede
tem muita postagem de placa que parece se dirigir aos animais. O que faz
lembrar a piada de rotular Sal
no pote de açúcar pra enganar as formigas.
Faz lembrar outra que postei, das crianças abusando de
velocidade em velocípede.
Talvez as pombas saibam ler, porque recentemente esse
supermercado atacado era cheio delas.
Se o autor da placa quisesse evitar as piadas escreveria que
é proibido entrar com animal.
Analisando a redação da placa:
Animais está
claramente como título
De cara o óbvio proibído,
ortografia nunca vigente.
O vocábulo expressamente
está como vício de linguagem, a famosa redundância, tautologia, elemento
supérfluo. Se é proibido, isso já é absoluto. É proibido ou não. Não tem
aproximadamente proibido, meio proibido, 30% proibido. A intenção ser enfático,
como o bicho que se arrepia pra parecer maior.
É proibido entrar,
é proibido entrada, é proibida a entrada. Na placa há um
erro de concordância.
O segundo erro de concordância: ...a entrada de animais na
loja, mesmo que esteja no colo. Se referindo
a animais a concordância tem de ser no plural também, estejam.
Se omitisse o supérfluo que
esteja se safaria do erro
...a entrada de
animais. Preferível a forma mais simples, ...a entrada de animal, então o esteja concordaria
Na forma singular, sem enumerar, indica número indefinido.
Fazer pergunta significa perguntar, não especificando quantas perguntas. Quando
é só uma, fazer uma pergunta.
Por isso travesseiro
de pena, torta de noz, muro de tijolo, operação de variz, fazer a
paz, parque de diversão, banca de revista
Sofisticando mais, entrada
à loja, já que entrada na loja seria uma entrada já estando na loja.
Mas é supérfluo dizer isso, porque é óbvio que essa entrada
só pode ser a da loja.
Simplificando a placa, o resultado:
Proibido entrar com animal
●
● Já
falei da pitsa e outros tantos produtos que vão ficando gradativamente
descaracterizados. Outro problema é o pão integral. Pão integral propriamente
dito é um bolo, grosso, consistente. O que temos no comércio é uma mistura, o
que dá consistência de pão muito melhorado. Mas o pessoal exagera na mistura e
acaba vendendo como integral. Não é só porque põe alguma castanha que o pão
seja integral. É uma fraude.
●
Os quadrinhistas não perceberam o inconveniente de colocar alguns balões com
fundo colorido. Quando o fundo é escuro dificulta a leitura com pouca luz.
●
Nos gibis da Mônica Chico Bento vai roubar goiaba no quintal do vizinho e tem
vez que se esconde na copa cerrada que mais parece de macieira.
Goiaba é fruta selvagem, quem planta são os passarinhos. Em meu
quintal é praga. Chico Bento é o estereótipo do caipira mineiro. Precisa roubar
do vizinho se tem goiaba em toda parte?
Goiabeira é arbusto todo esgalhado que não dá copa fechada. Ninguém
se esconderia numa goiabeira porque é baixa e de copa aberta.
Gringos ignorantes fazendo filme com cena de carnaval
carioca igual ao carnaval caribenho, ainda vá, mas estereótipo aqui mesmo?
Será que Maurício, em suas estórias tão brasileiras não sabe
desenhar uma goiabeira?
●
Na frente de muitas lojas vemos o famigerado aviso de que o
estacionamento é reservado e sujeito a guincho. Mas alguém já viu algum carro
sendo guinchado? Então por que quem estaciona em vaga pra deficiente não está
sujeito a guincho?
Vá entender!
Acredito que é a tecnologia quem deve se encarregar de
tornar a vida dos deficientes tão normal quanto de qualquer outro. Esse é o
caminho, e não o pesado e oneroso caminho de criar vagas reservadas rampas, e
um sem-fim de exceções, culminando na absurda calçada pra cego.
No estacionamento do Comper da Taquaruçu um exagero de vagas
pra idoso, cadeirante, etc. A não ser que abriram um supermercado especial pra
eles.
●
●
O dicionário da Real Academia Espanhola não põe o nome científico. Um bom truque
pra traduzir o nome dum animal ou vegetal é pesquisar o nome científico. Um dicionário
não exibir o nome científico é uma deficiência grave. Vejamos o que diz sobre durazno (pêssego):
durazno
(Del lat. duracĭnus).
3. m. Bol., Chile, Ec. y Hond. Nombre
genérico de varias especies de árboles, como el melocotonero, el pérsico y el
duraznero.
Diz tudo,
menos o nome científico, Prunus persica. Com o nome científico se consegue pesquisar o nome noutro
idioma, usando palavras-chave auxiliares.
caramba ! o que tem de êrro nessa placa!. Será que foi feita por algum
ResponderExcluirmembro da nossa Academia Brasileira de Letras?
Neste país tudo é possivel! Gilberto Gil já foi até ministro da educação (?)
Deve ter sido um jornalista
ResponderExcluirAh! estava praticando uma injustiça. Esquecendo de outro membro da nossa academia.
ResponderExcluirAutor da obra imortal Marimbondos de Fogo!, do nosso ex presidente
José Sarney.
Atualmente ele "trabalha" em outras quatro obras:
Borrachudos Pirofóricos, Igneas Muriçocas, A pirotenia do Mutum e Apis ignea.
membro da nossa Academia Brasileira de Letras?
Neste país tudo é possivel! Gilberto Gil já foi até ministro da educação (?)
Parabéns pela aula de português!
ResponderExcluirQue post muito do hilário. kkkkkkk
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