quinta-feira, 3 de maio de 2012


● Uma crônica falou sobre a estranha proeminência do telefone sobre a pessoa. Que sempre se interrompe uma conversa quando toca o telefone. Parece que inconscientemente se tem a expectativa de que quem telefona seja mais importante do que quem está presente. E contou que uma vez foi se entrevistar com uma personalidade e a todo momento era interrompido por um telefonema. Não conseguia falar com o sujeito. Então se levantou, foi embora e procurou um orelhão na rua. Assim conseguiu falar com o tal sujeito. Mais de uma vez meu advogado me atendeu assim, a todo momento me fazendo esperar concluir sua conversa ao celular. Troquei de advogado. São novas modalidades de falta de educação, a serem inseridas nos livros de etiqueta. Com a generalização, ou melhor, banalização do celular surgiu uma nova modalidade. Nesta semana um vendedor da Net tocou a campainha pra oferecer plano. Quando abri o portão o sujeito estava falando ao celular. E ali fiquei naquela situação bizarra, diante do sujeito falando com outro cliente. Não fosse a novidade da situação e a idéia de escrever sobre isso e já faria o que farei nas próximas: Fechar o portão na cara do sujeito, pois a boa-educação é uma via de mão dupla.
Laranja-lima, todo-poderoso, mais exemplos do hífen que o pessoal não usa. Então pra quê reforma ortográfica?
● Diz que o vôlei foi inventado com a idéia de se criar uma modalidade sem contato, pra se evitar esbarrões, calçagem e demais faltas, que são difíceis de discernir. Então que tal se criar uma modalidade imune a erro de arbitragem? Seria interessante, pois uma das características mais desagradáveis, especialmente do futebol, é isso.
● Parece que decisões como aumento do salário mínimo ou queda de juro tem impacto direto quase nulo em nossa vida mas vejamos dois exemplos. Em 2000 e pouco eu e papai administrávamos uma casa grande de nossa parente, que tinha de ter empregada. Rita ficava feliz a cada aumento do mínimo mas logo expliquei que não é tão bom assim. Ela pensava que o aumento do mínimo era automaticamente aumento em meu salário também. Expliquei que nada tinha a ver. Expliquei que a cada novo aumento do mínimo mais domésticas demitidas porque cada patrão se exaure. Eu disse, jocosamente, que logo terei de complementar seu salário indo até sua casa pra passar fazer faxina e passar roupa. Mais tarde cozinhar e servir de babá. Logo a única saída será propor a volta da escravidão. O segundo exemplo é atual. Um amigo ia alugar, a um funcionário seu, uma casa minha cujos inquilinos saíram. Mas desistiu porque o dinheiro sumiu do mercado. Disse que as pessoas só estão comprando moto, carro, terreno e casa. Ficou evidente que é por causa da queda de juro. O pessoal acha que pode durar pouco, como a temporária diminuição do IPI que teve, por isso dá prioridade a compras daquele tipo. Tudo se acomoda mais tarde mas no começo é esse terremotinho.

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